No ano de 2015 completou-se um século da presença de Edith Piaf no imaginário das pessoas pelo
mundo.

Filha de um acrobata e uma cantora, foi a arte do circo, das ruas, dos bares e da noite que deram força e cor a esta voz, que mais tarde recebeu a cama confortável das orquestras para se expressar e cantar as canções dos seus amigos e compositores favoritos. Edith cantou a vida, a morte, o cotidiano de seu povo, as alegrias e tristezas. Os amores? Todos eles foram vividos, todos foram cantados, amados e consumidos até a última chama – a mesma chama que consumiu Edith Piaf.

Criado por Ana Gal, o recital ‘Piafiana” leva ao público muito mais do que as canções eternizadas pela “Pequena Pardal” francesa. Resgatando sua verve teatral (pois seu primeiro desejo antes mesmo de cantar era ser atriz), Ana se introduz em cena à capella fazendo uma menção ao início do ofício musical de Piaf, quando cantava nas ruas a plenos pulmões, de maneira crua e direta. Direto é também o formato do espetáculo: No palco apenas ela e o pianista Ilbert Leaffá transformam o minimalismo em intensidade alinhavando músicas, poemas e curiosidades às passagens importantes da vida da cantora francesa. Minimalista também é o figurino escolhido – um vestido preto, maquiagem leve e uma cruz no pescoço – elementos que construíram a imagem de Edith e o imaginário dos fãs pelo mundo.

O nome escolhido teve como primeira inspiração as Bachianas de Villa Lobos – uma obra composta de nove peças que fundem a linguagem da música brasileira do compositor ao estilo pré-clássico de Bach — na qual uma das peças mais famosas é a Bachiana nº5. Além disso, ele contém a feliz coincidência de unir os nomes das duas cantoras — homenageada e homenageadora —, sintetizando todos estes significados dentro de uma só palavra.

O espetáculo é um sucesso de público em Maceió. As duas primeiras edições do Piafiana aconteceram no restaurante Vila Chamusca Jatiúca: a primeira em 19 de dezembro de 2015 — dia exato em que se comemorou o centenário de Edith, e a segunda na véspera do dia das mães. Alinhando o desejo de levar o projeto para o teatro com as boas oportunidades, no dia dos namorados Ana levou a terceira edição para o palco do Centro Cultural Arte Pajuçara e também uma edição especial do show apresentada na Aliança Francesa de Maceió em 18 de junho, parte da comemoração à Fête de La Musique, a festa da música que já é tradicional no mundo todo. No fim de 2016, Ana apresentou o recital no hotel Best Western Premier. No ano de 2017 o Piafiana voltou ao auditório do Arte Pajuçara em duas sessões lotadas nos dias 25 e 26 de março, mês internacional da Mulher e em julho Ana teve a honra de levar o recital para o palco do teatro Santa Isabel, em Recife. Em novembro de 2022 e maio de 2023, o espetáculo foi apresentado junto com a Orquestra Filarmônica de Alagoas, sob a batuta do maestro Luiz Martins Jr.